Os escorpiões são animais de hábitos noturnos e predadores de insetos, aranhas, baratas e outros pequenos invertebrados, promovendo o equilíbrio ecológico, isto é, são importantes para o ecossistema, mas podem causar acidentes com seres humanos por meio da inoculação de veneno. Isso acontece quando usam o ferrão para se defender de alguma potencial ameaça.
Dentre as 1.600 espécies de escorpiões conhecidas pela biologia, apenas 1,5% oferece risco de envenenamento. No Brasil, as espécies mais perigosas são da família Tityus: o escorpião-marrom (Tityus bahiensis) e o escorpião-amarelo (Tityus serrulatus). Ambos medem de 7 a 9 centímetros, mas o tipo amarelo se diferencia pelas fêmeas se reproduzirem sem precisar do macho.
Costumam se abrigar em locais de sombra e umidade, como embaixo de troncos de árvores e folhas, pedras e frestas de muros. Também se escondem em meio a entulhos, telhas e até dentro das casas, preferencialmente em gavetas. Seus maiores predadores são sapos e galinhas. A incidência de escorpiões aumenta no verão, pois há mais alimentos disponíveis (baratas, por exemplo, cuja reprodução cresce nesse período do ano).
De acordo com o biólogo da Prefeitura de Socorro, Marcos Ribeiro Jr., trata-se de uma espécie altamente invasiva e adaptável. Entretanto, a grande maioria dos acidentes evolui sem maior gravidade, apesar da dor intensa. Nos últimos três anos, apenas 7 casos necessitaram de aplicação do soro antiescorpiônico – cedido pela Vigilância em Saúde ao hospital –, índice inferior a 2% do total de ocorrências no período.
Mesmo assim, a orientação é que em caso de acidente com escorpião a vítima seja imediatamente levada para atendimento médico. Crianças, idosos e pessoas debilitadas são mais sensíveis ao veneno e têm maior risco de óbito. O Departamento de Vigilância em Saúde orienta a população por meio de uma cartilha sobre hábitos, perigos e medidas preventivas em relação a escorpiões.
Para dificultar seu aparecimento e proliferação, devem ser realizadas as seguintes ações:
– Manter limpos os sótãos, garagens, quintais e depósitos, sem deixar acumular entulho;
– Evitar o amontoamento de sapatos, roupas e utensílios domésticos, bem como examiná-los antes do uso;
– Evitar o acúmulo de ferro velho, telhas e tijolos;
– Manter os jardins sempre limpos e recolher as folhas caídas;
– Manter berços de crianças um pouco afastados das paredes, verificar colchões e roupas de cama;
– Limpar constantemente ralos de cozinha e banheiro, tratando-os com um pouco de creolina;
– Ter atenção aos muros, evitando o surgimento de frestas;
– Limpar gavetas de armários e de guarda-roupas, com maior cuidado às que estão próximas do assoalho.